sábado, 28 de fevereiro de 2015

O HOMEM DAS MULTIDÕES





Como relatar, brevemente, o meu contato com um filme tão "rico em detalhes"?! Logo, tentarei mencionar algumas possibilidades de ideias arroladas pelo filme e, desde logo, peço perdão aos críticos de cinemas pela minha audácia.

Ou seja, por meio de uma análise rudimentar, logo de inicio, tendemos a banalizar a propósito do filme. Por conseguinte, somos guiados a inquietude humana vez que não somos condicionados a conclusões obvias e a desfechos simplórios .

O filme em questão é mais um daqueles filmes que nos arremessam diretamente de encontro a nossa comodidade e, subitamente ficamos imersos em nosso íntimo tentando desvendar e nos encontrar diante da telona.

Isto é, o filme traz a tônica a atual e remota temática da solidão vivida por dois personagens inseridos em um mesmo contexto, por hora diferente. Solidões diferentes: carências suprimidas de modos diferentes. (O filme é ápero, pois a SOLIDÃO proposta é atual e iminente):


  • Juvenal (Paulo André) , condutor de trem do metrô, enfrenta a impossibilidade de estar só. Para se sentir melhor, ele se mistura na grande multidão da cidade. 


  • Margô (Sílvia Lourenço), controladora de estação do metrô, não consegue se desprender das redes sociais, trocando o mundo real pelo mundo virtual.  



Nesse contexto, a sensação claustrofóbica nos invade logo de inicio, quando nos deparamos com o pequeno formato da tela sugerindo escancaradamente e sutilmente o individualismo, o egocentrismo. Assim como fazemos por meio das redes sociais - não propositalmente o formato da tela apresentada pelo filme é o mesmo formato das fotos propostas pelo instagram - onde somos TUDO QUE QUEREMOS SER ou SOMENTE O QUE QUEREMOS APARENTAR. Sempre tão distante e tão próximo de tudo e todos. SENDO MUITO MAIS UMA ILUSÃO DO QUE REAL. O filme nos remete a uma impressão de estarmos do inicio ao fim espiando os personagens em várias momentos de suas vidas - estalqueando-os - NOVAMENTE somos remetidos a nossa própria solidão, pois conhecemos uma vasta rede de contatos desconhecidos .

A grande questão que fica para mim:
- Estaríamos somente os vigiando ou ocupando, empaticamente, o lugar de cada vazio proposto pelos personagens?!


O filme é repleto de simbologias o tempo inteiro.
É um filme rico.
Um prato cheio para a reflexão!!!


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