Cinebiografia de LiLi Elbe (interpretada por Eddie Redmayne) que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa (publicamente) a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero.
Não entendo porque a exibição
deste filme foi proibida em alguns países e estados, pois, corroboro com
David Ebershoff (autor do Livro), o Romance em questão apresenta uma trama que
transcende os limites do sexo e da discussão de gênero!
Atualmente estou lendo o Livro, mas aos
que não assistiram o filme, brilhantemente dirigido por Tom Hooper,
aconselho que assistam! A trama é narrada com exímia sutileza e elegância e não
aborda qualquer sentimento que configure ofensa ao AMOR. Nesse sentido, ao meu
ver, o filme jamais deveria agredir os olhos, sentimentos ou pensamentos de
quem quer que seja.
Preconceito, sob o enfoque da "etimologia das palavras", é o conceito
formado antes mesmo de ter-se conhecimentos necessários sobre o objeto de
estudo em questão. Portanto, aos preconceituosos, de plantão, deem-se a
maravilhosa oportunidade de conhecer esta bela "trajetória" de amor
entre duas almas. Pois, o filme mostra com veemência a busca pela felicidade e
o companheirismo que depreendesse de amar.
O discurso de gênero não é o enfoque
principal do filme, além do que é crível que o filme não tenha por objetivo
debater conceitos de Gênero. Por conseguinte, não versarei sobre gênero, pois
jamais poderia abordar um estudo tão denso, posto que carrego apenas a
sapiência linear sobre o assunto. Portanto, delimitar-me-ei à apreciar a
nobreza do sentimento trazido pelo filme.
A estória é introduzida ao público por
meio do casamento entre Einar (Eddie Redmayne) e Greta¹ (Alicia
Vikander). Com o desenrolar do filme fica claro a inquietação vivida por Einar
quando ele fica "cara a cara" com o seu íntimo (abafado a anos atrás
e por anos - Fala de Einar à Greta: "você ajudou a criar LiLi, mas ela
sempre esteve lá"). Em contrapartida, sua mulher, Greta ao perceber o
desconforto inicial de Einar, tranquiliza-o e, tenta deixá-lo à vontade! Greta, a princípio, também não
entende o que está acontecendo.
(DIALOGO ENTRE EINAR E
GRETA)
- Greta: tem alguma
coisa que queira me contar?
- Einar: tem alguma
coisa que queira saber?
- Greta: Não, sou sua esposa.
Sei de tudo!
Greta, acompanha Einar durante toda sua
luta em busca da felicidade (harmonia entre corpo e mente) e continua a
ama-"lo" em cada pormenor. Sendo assim, ouso a dizer que ambos, Einar
e Greta, passaram por uma difícil Transição/ transformação.
Einar foi diagnosticado por médicos
como portador de "confusão de identidade", como Esquizofrênico,
amoral e Louco. Logo, ele é submetido a tratamentos tortuosos, desumanos e
cruéis, por conseguinte chega a ter que
fugir de clínicas.
(DIALOGO ENTRE EINAR E
UM MÉDICO - CONSULTA -
COPENHAGUE)
Médico: Como você está
se sentindo? Dá onde ela (a LiLi) vem?
(APÓS O TRATAMENTO COM
USO DE RADIAÇÃO)
Médico: Einar, Como está se
sentindo hoje?
Einar: Você machucou
LiLi!
No decorrer da trama, Einar com
assitência de Greta conhece o Professor Warivekros que detém o conhecimento
para realizar o procedimento cirúrgico de mudança de sexo. Contudo, o professor
define tal procedimento como sendo de ALTO RISCO. Contudo, mesmo
diante as adversidades, Einar decide submeter-se a tal procedimento.
Como coadjuvante na trama, Greta
assiste Einar em todas as suas decisões, e mesmo quando ela se depara com suas
necessidades de ser amada, ainda assim, permanece ao lado de Einar e
acompanha-o em todos os momentos.
Fala de LiLi Elbe à Greta: "- Você ouviu meu desejo quando ninguém mais ouviu"
A trama é uma linda história de SUPERAÇÃO, FORÇA e PERSEVERANÇA, uma amostra de que o amor NÃO TEM LIMITES ou
FRONTEIRAS.
Assisti o filme, pela primeira vez, na mostra de cinema do Bougainville! Assisti-o com um amigo, e ao final do filme interpelei-o:
- o que você achou do Filme?
- Ele apenas respondeu-me: As vezes devemos apenas sentir....
Acho que é isso, espero não ter pormenorizado o filme.
¹. O livro se refere a esposa de Einar como Greta, já o filme, bem como o site "adoro cinema" usa o nome Gerda. Optei em usar a grafia usada no Livro.
Priscylla V. Martinato